
7 Expressões portuguesas: a sua origem e significado do Hotel Roma
Veja as últimas notícias
Blog
7 Expressões portuguesas: a sua origem e significado
Junho 28 2022
Cultura 
Tentámos meter o Rossio na rua da Betesga, mas foi Resvés Campo de Ourique.
Se alguma vez se questionou sobre a origem e o significado de expressões idiomáticas como
estas, convidamo-lo a fazer uma viagem conosco: a viagem à descoberta dos encantos e da
riqueza da nossa língua portuguesa.
Deixe-se inspirar por estas sete expressões do tempo da Maria Cachucha!
Meter o Rossio na rua da Betesga
Uma das ruas mais pequenas da cidade é famosa pela popular expressão que a junta ao Rossio
na mesma frase - a rua da Betesga.
“Meter” uma praça enorme como a do Rossio numa rua estreita como a da Betesga seria uma
tarefa impossível de concretizar. Como tal, esta expressão remete para a impossibilidade de
algo grande caber num espaço pequeno ou de algo demorado ser concretizado de forma
rápida.
“Betesga”, por si só, tem o significado de ruela, viela ou beco sem saída.
Resvés Campo de Ourique
Se foi “Resvés Campo de Ourique”, foi por um triz. Utilizada para mencionar algo que esteve
próximo de acontecer, esta expressão remonta ao terramoto de 1755, responsável pela
destruição de Lisboa até à zona de Campo de Ourique. Este bairro manteve-se intacto, mas foi
por pouco.
Como resultado, nasceu a expressão “Resvés Campo de Ourique”, que ganhou força até aos
dias de hoje e se utiliza para representar algo que ficou à justa, à tangente ou muito próximo do
limite.
Caiu o Carmo e a Trindade
O Carmo e a Trindade eram os dois mais importantes conventos do Bairro Alto lisboeta. Com o
terramoto de 1 de novembro de 1755 ambos ruíram, dando origem à célebre expressão “Caiu o
Carmo e a Trindade”.
Popularmente utilizada para designar uma grande confusão, desgraça ou acontecimento com
consequências negativas, pode também usar-se com um sentido de ironia, quando se receiam
consequências graves de causas sem importância.
Obras de Santa Engrácia
A expressão “como as obras de Santa Engrácia” refere-se a algo moroso ou que nunca chegará
a acontecer. A sua origem? Deve-se ao facto desta igreja ter demorado 350 anos a ser
construída.
Reza a lenda que a sua construção fora amaldiçoada em consequência de um amor impossível.
Simão Pires era um cristão-novo que todos os dias visitava a sua amada Violante, feita noviça à
força pelo pai no convento de Santa Clara. Simão não negou o seu amor pela jovem e cavalgava
todas as noites para ir ao seu encontro no convento, situado junto à igreja de Santa Engrácia.
Na noite em que fugiriam juntos foi roubado o relicário de Santa Engrácia e Simão acusado e
condenado à morte na fogueira. Diz-se que no momento de ser queimado clamou a sua
inocência: “É tão certo morrer inocente como as obras de Santa Engrácia nunca mais
acabarem!”
Anos mais tarde o verdadeiro culpado foi encontrado e perdoado pela jovem Violante.
Primeiro estranha-se, depois entranha-se
Para quem não esperava encontrar as palavras Fernando Pessoa e Coca-Cola na mesma frase,
eis uma expressão que diz respeito a ambos!
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” foi o icónico slogan criado para uma das marcas
mais famosas do mundo, a Coca-Cola, por um dos poetas mais aclamados de sempre, Fernando
Pessoa. Na altura, porém, nenhum dos dois era reconhecido.
Corria o ano de 1929 quando Pessoa, ao colaborar com a primeira agência de publicidade
portuguesa, desenvolveu este slogan para a Coca-Cola. Apesar de muito apreciado pela marca,
nunca chegou a ser utilizado para vender o produto. Em contrapartida, a expressão perdura até
aos dias de hoje e serve para designar algo que ao início nos é estranho, mas que com o hábito
acaba por se tornar natural ou agradável.
À grande e à francesa
Utilizada em Portugal desde a primeira invasão francesa, em 1807, esta expressão refere-se ao
modo luxuoso como o general Junot (ajudante de campo de Napoleão) e os seus oficiais viviam
em Lisboa. Pavoneavam-se vestidos “de gala” com grande ostentação.
Atualmente, viver “à grande e à francesa” remete para viver com riqueza, excentricidade ou
mordomias.
Ficar em águas de bacalhau
Quando algo estava para acontecer e não aconteceu? Ficou em “águas de bacalhau”. Apesar de
ser uma expressão tipicamente portuguesa, esta remete para a atividade piscatória dos
bacalhoeiros nos mares do Atlântico Norte, onde muitos barcos naufragavam.
Algo que “ficou sem efeito” ou não “deu em nada” é, assim, associado a esta expressão.
Agora que “navegámos” por algumas das expressões portuguesas mais típicas, convidamo-lo a
descobrir os lugares mais procurados da capital.
Que tal começarmos por cinco miradouros em Lisboa para fotografar, contemplar e relaxar?
Descubra-os aqui!
Voltar
Se alguma vez se questionou sobre a origem e o significado de expressões idiomáticas como
estas, convidamo-lo a fazer uma viagem conosco: a viagem à descoberta dos encantos e da
riqueza da nossa língua portuguesa.
Deixe-se inspirar por estas sete expressões do tempo da Maria Cachucha!
Meter o Rossio na rua da Betesga
Uma das ruas mais pequenas da cidade é famosa pela popular expressão que a junta ao Rossio
na mesma frase - a rua da Betesga.
“Meter” uma praça enorme como a do Rossio numa rua estreita como a da Betesga seria uma
tarefa impossível de concretizar. Como tal, esta expressão remete para a impossibilidade de
algo grande caber num espaço pequeno ou de algo demorado ser concretizado de forma
rápida.
“Betesga”, por si só, tem o significado de ruela, viela ou beco sem saída.
Resvés Campo de Ourique
Se foi “Resvés Campo de Ourique”, foi por um triz. Utilizada para mencionar algo que esteve
próximo de acontecer, esta expressão remonta ao terramoto de 1755, responsável pela
destruição de Lisboa até à zona de Campo de Ourique. Este bairro manteve-se intacto, mas foi
por pouco.
Como resultado, nasceu a expressão “Resvés Campo de Ourique”, que ganhou força até aos
dias de hoje e se utiliza para representar algo que ficou à justa, à tangente ou muito próximo do
limite.
Caiu o Carmo e a Trindade
O Carmo e a Trindade eram os dois mais importantes conventos do Bairro Alto lisboeta. Com o
terramoto de 1 de novembro de 1755 ambos ruíram, dando origem à célebre expressão “Caiu o
Carmo e a Trindade”.
Popularmente utilizada para designar uma grande confusão, desgraça ou acontecimento com
consequências negativas, pode também usar-se com um sentido de ironia, quando se receiam
consequências graves de causas sem importância.
Obras de Santa Engrácia
A expressão “como as obras de Santa Engrácia” refere-se a algo moroso ou que nunca chegará
a acontecer. A sua origem? Deve-se ao facto desta igreja ter demorado 350 anos a ser
construída.
Reza a lenda que a sua construção fora amaldiçoada em consequência de um amor impossível.
Simão Pires era um cristão-novo que todos os dias visitava a sua amada Violante, feita noviça à
força pelo pai no convento de Santa Clara. Simão não negou o seu amor pela jovem e cavalgava
todas as noites para ir ao seu encontro no convento, situado junto à igreja de Santa Engrácia.
Na noite em que fugiriam juntos foi roubado o relicário de Santa Engrácia e Simão acusado e
condenado à morte na fogueira. Diz-se que no momento de ser queimado clamou a sua
inocência: “É tão certo morrer inocente como as obras de Santa Engrácia nunca mais
acabarem!”
Anos mais tarde o verdadeiro culpado foi encontrado e perdoado pela jovem Violante.
Primeiro estranha-se, depois entranha-se
Para quem não esperava encontrar as palavras Fernando Pessoa e Coca-Cola na mesma frase,
eis uma expressão que diz respeito a ambos!
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se” foi o icónico slogan criado para uma das marcas
mais famosas do mundo, a Coca-Cola, por um dos poetas mais aclamados de sempre, Fernando
Pessoa. Na altura, porém, nenhum dos dois era reconhecido.
Corria o ano de 1929 quando Pessoa, ao colaborar com a primeira agência de publicidade
portuguesa, desenvolveu este slogan para a Coca-Cola. Apesar de muito apreciado pela marca,
nunca chegou a ser utilizado para vender o produto. Em contrapartida, a expressão perdura até
aos dias de hoje e serve para designar algo que ao início nos é estranho, mas que com o hábito
acaba por se tornar natural ou agradável.
À grande e à francesa
Utilizada em Portugal desde a primeira invasão francesa, em 1807, esta expressão refere-se ao
modo luxuoso como o general Junot (ajudante de campo de Napoleão) e os seus oficiais viviam
em Lisboa. Pavoneavam-se vestidos “de gala” com grande ostentação.
Atualmente, viver “à grande e à francesa” remete para viver com riqueza, excentricidade ou
mordomias.
Ficar em águas de bacalhau
Quando algo estava para acontecer e não aconteceu? Ficou em “águas de bacalhau”. Apesar de
ser uma expressão tipicamente portuguesa, esta remete para a atividade piscatória dos
bacalhoeiros nos mares do Atlântico Norte, onde muitos barcos naufragavam.
Algo que “ficou sem efeito” ou não “deu em nada” é, assim, associado a esta expressão.
Agora que “navegámos” por algumas das expressões portuguesas mais típicas, convidamo-lo a
descobrir os lugares mais procurados da capital.
Que tal começarmos por cinco miradouros em Lisboa para fotografar, contemplar e relaxar?
Descubra-os aqui!